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Nasce a corrupção institucional

A corrupção nasce dentro da carta de Pedro Álvares Cabral ao rei de Portugal, pedindo emprego para um sobrinho

Agência da Notícia com ONOFRE RIBEIRO

19/12/2014 - 11:10

 A corrupção nasce dentro da carta de Pedro Álvares Cabral ao rei de Portugal, pedindo emprego para um sobrinho.

Depois disso a corrompida corte portuguesa, trouxe para a colônia a sua corrupção, a ineficiência, a maldita burocracia incluindo os cartórios de registros de todos os etcs pra infernizar os cidadãos, a velhice incorrigível do poder público e a confusão bem conveniente para os gestores, entre o que é público e o que é privado.

Porém, modernamente a corrupção institucionalizou-se como norma corrente a partir de 1975, quando governava o Brasil o General Ernesto Geisel.

Não que ele fosse corrupto. Sua excessiva centralização do poder, permitiu rachaduras no regime militar por onde entraram os parlamentares trazendo no bolso dos paletós as empreiteiras.

Depois vieram os laboratório fabricantes de remédios, depois os bancos, depois as montadoras de automóveis. "As empreiteiras tinham dificuldade para negociar nos ministérios do governo e começaram a procurar parlamentares governistas com bom trânsito junto a ministros fortes"

A porteira nunca mais se fechou. Ao contrário: Sempre se alargou mais.

O presidente Ernesto Geisel mantinha a economia em suas mãos e autorizava pessoalmente cada obra, justamente para garantir que não haveria roubalheiras. Bom lembrar que o combate à corrupção era um dos itens da cartilha dos governos militares até então.

As empreiteiras tinham dificuldade para negociar nos ministérios do governo e começaram a procurar parlamentares governistas com bom trânsito junto a ministros fortes.

Estes começaram a se encantar com o poder que lhes era regrado pelo presidente da República e passaram a defender junto a ele demandas que vinham das empreiteiras.

Com isso os preços podiam ser superfaturados, e as propinas também. Iam para os parlamentares que intermediaram os negócios e para os ministros no primeiro momento.

Depois para o segundo escalão e com o tempo chegou ao fiscal do canteiro de obras, e até a pessoa do protocolo também passou a exigir “unzinho” pra bater o carimbo.

Aqueles parlamentares lobistas fizeram escola no Congresso Nacional. Com o tempo o aperfeiçoamento produziu essa riquíssima cultura parlamentar de roubar recursos públicos.

Como ninguém rouba sozinho, corromperam-se as estruturas do governo para que a legalidade da papelada parecesse limpa.

Como ninguém é de ferro, na frouxa democracia nacional, os outros poderes também aprenderam a desviar recursos.

A pergunta final é: demorou-se 40 anos pra aperfeiçoar a corrupção generalizada. E para desativá-la. Outros 40 anos?

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@terra.com.br
www.onofreribeiro.com.br
 
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