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Decoradora que fugiu diz ter dívida de R$ 800 mil e lesado 78 clientes em MT

Empresária prestou depoimento nesta quinta-feira (26) à polícia. Ela será indiciada por estelionato e propaganda enganosa.

Agência da Noticia com G1 MT

27/03/2015 - 09:40

 A decoradora de festas, Emanuely de Sousa Félix Lucena, de 27 anos, se diz arrependida de ter fugido de Cuiabá e declarou à Polícia Civil ter dívida superior a R$ 800 mil, em contratos com fornecedores e clientes. Ela se apresentou à Delegacia Especializada do Consumidor (Decon), nesta quinta-feira (26), exatamente uma semana depois de desaparecer e não realizar as festas para as quais tinha sido contratada para fazer a decoração, no último final de semana. Segundo informações da delegada Ana Cristina Feldner, o número de clientes lesadas chega a 78.

Na lista, conforme a delegada, também estão empresas que prestavam serviços para a empresária e que não receberam os pagamentos. Emanuely foi até a delegacia acompanhada pelo advogado e preferiu não falar com a imprensa. Em depoimento, ela contou que fugiu para São Paulo porque estaria endividada e entrou em desespero.

“Ela alega que não fugiu com dinheiro dos contratos e nem que usou de má fé ou queria dar algum tipo de golpe. O ato de fugir teria sido um momento de crise após a empresa falir”, relatou a delegada. A empresária será indiciada pelos crimes de estelionato e propaganda enganosa, no inquérito aberto para investigar o caso e que tem 30 dias de prazo para ser concluído.

A delegada Ana Cristina Feldner não descartou a possibilidade do pedido de prisão contra a decoradora ao final das investigações. Das 78 pessoas que alegam ser vítimas do suposto golpe aplicado pela empresária, três tinham festas contratadas para este ano e o restante deveriam ser realizadas em 2016.
O marido da decoradora, que trabalhava com ela na empresa especializada em decorações e eventos, também deverá ser ouvido pela delegada nesta sexta-feira (27). Emanuely não poderá deixar a cidade sem solicitar autorização da polícia.

O advogado Sérgio Batistella declarou que sua cliente é apenas "suspeita de golpe" e que estava enfrentando graves dificuldades financeiras, desde o início da empresa, criada há sete anos. "Ela vinha tocando os eventos e contratos, sempre um contrato tentando cobrir o anterior. Mas ela tinha alguns projetos e pretendia superar tudo isso mudando os estilos das festas que estava realizando. Ela [Emanuely] trabalhava mais com casamentos e pretendia se dedicar mais a eventos de crianças. Porque os outros tipos de eventos são mais caros, são produtos com alteração financeira muito rápida", explicou.

No início desta semana, a mãe da decoradora prestou depoimento e se comprometeu a informar a localização da filha, já que ela seria a única que sabia o paradeiro da empresária.

As noivas alegam que Emanuely teria agido de má fé ao pedir o pagamento antecipado das parcelas referentes à decoração. A advogada Luana Oliveira, por exemplo, disse que no início deste mês, a decoradora entrou em contato com ela e pediu se ela poderia pagar adiantado a quantia que faltava para ajudá-la a comprar materiais de decoração.

Os investigadores da Delegacia Especializada do Consumidor localizou um caminhão arrendado pela suspeita, com várias peças de decoração, que foram apreendidas. Conforme a Polícia Civil, será solicitado à Justiça medida cautelar de arresto, para garantir o pagamento de dívidas e os ressarcimentos às vítimas.
 
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