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Empreiteiro diz que Amaggi seria beneficiada por obra pública

Constil Construções fez duplicação de avenida em Cuiabá e daria asfalto como ''um presente''

Agência da Noticia com Mídia News

29/03/2015 - 11:03

 O empresário Robison Todeschini afirmou, durante depoimento à Polícia Federal, em maio de 2014, que o Grupo André Maggi, de propriedade do senador Blairo Maggi (PR), seria beneficiado por uma obra de drenagem e pavimentação asfáltica, no seu entorno, feita com recursos públicos.

Robison é filho do empresário Waldir Todeschini, dono da Constil Construções e Terraplanagem, ao lado do também empresário João Carlos Simoni.

A construtora foi a responsável pela duplicação da Avenida Hélio Ribeiro, que passa em frente ao Cenarium Rural, espaço de eventos da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), e pelo fundo do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
"Blairo insistiu a Joao Carlos que concluísse a obra, pois a empreiteria tinha interesse em abandonar a obras em razão dos prejuízos, que já ultrapassava R$ 700 mil"
A obra, orçada em R$ 2,1 milhões, foi realizada em 2011, mesmo ano em que a nova sede da Amaggi estava em construção.

À época, uma reportagem exclusiva do MidiaNews revelou que funcionários da Constil, e caminhões do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) estavam sendo usados no asfaltamento do entorno da sede do grupo (leia abaixo).

O jornal O Estado de S.Paulo repercutiu a reportagem, em sua edição impressa.

"Agrado"

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um procedimento investigatório para apurar o fato. Segundo denúncia, o Governo do Estado teria se aproveitado da proximidade da obra para fazer um "agrado" ao ex-governador, asfaltando a lateral e os fundos das futuras instalações do grupo.

Em seu depoimento, Todeschini revelou que a empresa queria desistir da duplicação da avenida, pois planilhas feitas por engenheiros demonstravam que a obra iria trazer prejuízos, pois os cálculos da Caixa Econômica Federal (CEF) estariam defasados.

“João Carlos tentou convencer Blairo Maggi de que a rescisão do contrato seria a melhor opção. Ele teve essa conversa com Blairo para que a decisão ocorresse numa boa, sem atrito. Blairo insistiu a Joao Carlos que concluísse a obra, pois a empreiteria tinha interesse em abandonar a obras em razão dos prejuízos, que já ultrapassava R$ 700 mil”, diz trecho do depoimento.

“Posteriormente, João Carlos afirmou que não teve jeito e que, para não se indispor com Blairo, atenderia ao pedido dele e concluiria a obra, pois o Blairo teria dito a João Carlos que ‘depois compensaria lá na frente’”, afirmou Robison.

Segundo Robison Todeschini, após a reportagem publicada pelo MidiaNews, a Amaggi e a Constil firmaram um contrato visando regularizar o pagamento da obra.
"Após a denúncia se tornar pública pela imprensa, houve um contrato celebrado entre a Amaggi e a Constil, visando regularizar o pagamento da obra"
"Me recordo de ter visto na imprensa de que teria uma denuncia no MPE que relatava que na obra do entorno da Amaggi, área particular, foram utilizados caminhões do DNIT, e que havia suspeita de que o Governo do Estado estaria pagando essa obra", disse.

"A obra não fazia parte do contrato publico, e seria feita de graça, um presente, pois já que estávamos executando a obra, 'bastava dar uma esticadinha'", completou Todeschini à Polícia Federal.

“Após a denúncia se tornar pública pela imprensa, houve um contrato celebrado entre a Amaggi e a Constil, visando regularizar o pagamento da obra”, disse em seu depoimento.

Outro lado

A reportagem tentou entrar em contato com o senador Blairo Maggi. Ele não atendeu as chamadas feitas ao seu celular. Sua assessoria informou que iria consultá-lo sobre o assunto, mas não retornou ao site.
 
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