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Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Acusado de comprar voto, Júlio é cassado pelo TRE-MT

O parlamentar era acusado de arrecadação ilícita de recursos de campanha (Caixa 2) e captação ilícita de sufrágio

 O deputado federal Júlio Campos (DEM) teve o mandato cassado, por maioria, pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), na sessão desta terça-feira (22).

Foram quatro votos favoráveis à cassação do democrata e apenas um contrário.

Os juízes Agamenon Alcântara Moreno Júnior e Pedro Francisco da Silva e a desembargadora Maria Helena Póvoas seguiram o entendimento do relator, José Luiz Blaszak, que já havia votado pela cassação de Júlio.

O único que votou pela manutenção do cargo eletivo foi o juiz Samuel Franco Dália Júnior.

O parlamentar era acusado de arrecadação ilícita de recursos de campanha (Caixa 2) e captação ilícita de sufrágio, por supostamente ter comprado votos de eleitores na campanha de 2010, ocasião em que foi eleito com mais de 72 mil votos.

A representação, ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPF), foi adicionada na pauta da sessão plenária do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).

Segundo o MPE, a compra ocorria por meio de vale-compras e vale-combustíveis, que eram trocados pelos eleitores no Supermercado Bom Gosto, em Várzea grande, e no Posto América, em Cuiabá, respectivamente.

Quanto ao Caixa 2, a acusação é de que os financiamentos para a compra dos votos de Júlio Campos ocorriam por meio das empresas de seu filho, o pré-candidato a deputado estadual Júlio Campos Neto.

Além da cassação, o então juiz e relator da representação, José Luiz Blaszak, votou pela aplicação de multa de 50 mil UFIR (cerca de R$ 53 mil) e a ilegibilidade de Júlio Campos pelos próximos oito anos.

Em relação a este mesmo caso, também tramita uma representação criminal contra o deputado, no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Campos, este é o seu último mandato. Em recente entrevista, o democrata não quis falar sobre o processo, mas afirmou “não ter medo” de terminar a carreira política cassado.

“O político que tiver medo de alguma coisa ruim ocorrer, não deve ser político. Político tem que ser corajoso, destemido e pronto para enfrentar qualquer coisa. Já enfrentei eleições, já perdi, já ganhei, já respondi a processo. Se você não tiver postura, é melhor não entrar para a vida pública”, disse.

Outro lado

O advogado José do Patrocínio, que faz a defesa de Júlio Campos, afirmou que a decisão cabe recurso e será levada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Assim que publicar o acordão, vamos fazer o devido recurso ao TSE para reverter à decisão e manter o voto divergente, não favorável a cassação”, disse ao MidiaNews.

No entendimento do advogado, Júlio deve ser mantido no cargo, que termina em dezembro deste ano.

“Vamos pedir o efeito suspensivo, até porque restam apenas quatro meses para o exercício do cargo”, disse.
 
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