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Após anos de cultivo do “pequi gigante” do Xingu, produtores ganham renda extra com o manejo da fruta.

É uma espécie amazônica que pertence à família cariocácea, a mesma do pequi do cerrado, a diferença é que as espécies da região são gigantes .

Agência da Notícia com Wellington Peres

04/11/2017 - 09:02

Após anos de cultivo do “pequi gigante” do Xingu, produtores ganham renda extra com o manejo da fruta.

Foto: Agência da Notícia

Pequi gigante forma quase dois centímetros de polpa e tem o dobro do tamanho do pequi original e se destaca na região do Xingu por ter surgido nas aldeias dos povos indígenas.

 É uma espécie amazônica que pertence à família cariocácea, a mesma do pequi do cerrado, a diferença é que as espécies da região são gigantes e foram selecionadas e cultivadas pelos índios há centenas de anos. Por isso, a diversidade é bem maior, várias etnias indígenas praticam a coleta do pequi, mas a que se destacou foi os Kuikuros uma aldeia que fica a 6 quilômetros do Rio Xingu, os kuikuros tem uma tradição para cada filho que nasce o pai tem que plantar no mínimo 50 árvores que vão garantir a alimentação dele no futuro com isso a aldeia já conta com mais de 15 mil árvores plantadas, algumas já tem mais de 50 anos.

Os kuikuros têm um grande orgulho do que já conseguiram com o pequi: O desenvolvimento e técnica de cultivo para uma espécie única de pequi gigante e a seleção de diversas variedades, por isso gostariam que o mundo inteiro reconhecesse essa contribuição dada por eles à agricultura, disse Maurício Pereira, Técnico em Agropecuária da EMPAER do município de São José do Xingu.

Produtores próximos ao Xingu vêm desenvolvendo o plantio da fruta que ainda é uma novidade nos grandes centros, o senhor Ismael e dona Caroene são alguns desses agricultores com um plantio de mais de mil pés de pequi gigantes próximos a cidade de São José do Xingu, os assentados já estão colhendo o fruto que é uma das principais rendas do casal, que tem também o plantio de mais 50 pés de mangaba na propriedade, tudo supervisionado de perto pelo técnico agrícola e secretário municipal de agricultura de São José do Xingu Ludio Barros.

Segundo os técnicos agrícolas o plantio do pequi gigante pode servir de exemplo também para outros assentados com pequenas áreas e que precisão de uma renda familiar, os técnicos afirmam que em 4 anos a arvore já começa a fornecer o fruto que é bem aceito no comercio, uma dúzia da fruta é comercializada hoje em torno de R$ 10, e uma arvore chega a produzir até 250 dúzias da fruta por ano.

O pequi é uma das frutas mais ricas em vitamina A e também contém vitaminas C e B, além de proteínas e outros micronutrientes. Com sua polpa as mulheres indígenas fazem vários pratos. O doce de pequi não leva açúcar. Aliás, no lugar não existe açúcar de cana. Elas selecionam as espécies de pequi mais adocicadas e cozinham durante horas, até o açúcar da fruta se concentrar no fundo da panela.
 
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