Com a evolução nas vendas externas, a receita comercial aumentou 26,7%. Enquanto nos 10 primeiros meses do ano passado foram embarcadas 198,569 mil toneladas de carne bovina para o mercado internacional ao valor total de US$ 780,865 milhões, este ano as vendas alcançaram o volume de 238,303 mil (t) e cifra de US$ 989,491 milhões.
Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e foram divulgados na última semana. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, afirmou durante audiência na Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados, que as perdas sofridas com a Operação Carne Fraca já foram recuperadas. Conforme ele, dos 93 países para os quais o Brasil exporta, apenas 4 mercados, que têm participação menor no conjunto de importadores, continuam fechados.
Dos que estão comprando carne brasileira, 33 estão com o comércio regular e 56 mantêm inspeção reforçada, segundo o ministro. Contudo, no último dia 4, o Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Veterinária da Rússia anunciou a suspensão temporária das importações de carne bovina brasileira fornecida pelo frigorífico Mataboi, em Goiás, e impuseram controles mais rígidos a outros 5 frigoríficos brasileiros (JBS, Aurora, Frigol, Irmãos Gonçalves – Frigon -e Frigoestrela).
A JBS não confirmou se alguma unidade mato-grossense da companhia que detém 18 indústrias no território estadual -sendo 7 paralisadas – foi atingida pela decisão do governo russo. Segundo declarações do ministro à imprensa, o rigor no controle de qualidade pela Rússia não têm ligação com a Operação Carne Fraca e que a decisão tomada pelo governo russo é um procedimento considerado normal. Enquanto os russos limitam a importação de carne brasileira, a China intensifica as compras do Brasil.
Segundo o ministro da Agricultura, 22 novas unidades frigoríficas de 10 estados brasileiros foram habilitadas a exportar para os chineses. De Mato Grosso, 2 frigoríficos foram incluídos neste grupo, sendo a Naturafrig Alimentos e a SHB Comércio e Indústria.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano para investigar denúncias de corrupção envolvendo o setor frigorífico – incluindo unidades da JBS e BRF – e funcionários do Ministério da Agricultura, bem como adulteração de produtos. Sete meses depois da Operação, 12 pessoas permanecem presas preventivamente, sendo 9 delas ligadas ao Ministério da Agricultura e 3 às empresas investigadas.
Maggi foi convidado, no final de outubro, a falar sobre as consequências da investigação federal para as exportações brasileiras e as providências adotadas para evitar novos problemas de fiscalização na Câmara dos Deputados. Sobre as medidas preventivas, o ministro informou que são estudadas mudanças no sistema de fiscalização e lembrou que foram suspensas desde maio deste ano as nomeações políticas nas superintendências estaduais do Mapa.
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