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Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Colheita de soja do Brasil começará mais cedo, na 2ª quinzena de dezembro

Produtores do Brasil já plantaram 60 por cento da área estimada com soja em 2018/19, em ritmo recorde para esta época do ano

Produtores do Brasil já plantaram 60 por cento da área estimada com soja em 2018/19, em ritmo recorde para esta época do ano, favorecidos por boas condições climáticas, o que permitirá uma colheita com início mais precoce, a partir da segunda quinzena de dezembro, avaliou nesta segunda-feira a consultoria AgRural.


O plantio no país avançou 14 pontos percentuais em uma semana até quinta-feira passada. Na mesma época de 2017, a semeadura havia sido feita em 43 por cento da área. Os trabalhos também estão bem adiantados em relação à média histórica (41 por cento para esta época).

Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro da oleaginosa, com cerca de 27 por cento da safra brasileira, o plantio avançou para 90 por cento da área, ante 61 por cento na mesma época do ano passado e 57 por cento na média de cinco anos, com chuvas intercaladas por sol, o que ajuda nos trabalhos de campo. “Tem um plantio muito rápido em Mato Grosso, com certeza vamos ter colheita iniciando na segunda quinzena de dezembro”, declarou à Reuters o analista Adriano Gomes, da AgRural, acrescentando que tal previsão apenas não se confirmaria na hipótese de algum problema climático até lá.

Ele disse que a colheita começaria por Sorriso (MT), maior município produtor de soja do Brasil. Também teria início na mesma época em Lucas do Rio Verde, outro polo produtor importante, além de algumas regiões no oeste de Mato Grosso, que devem receber semente de algodão na segunda safra. Normalmente, as colheitas mais precoces começam na época do Natal, ou cerca de 10 dias depois do esperado para este ano.

Uma colheita mais precoce dever ajudar a aliviar a escassez de soja após exportações recordes do Brasil neste ano —os embarques continuam atipicamente fortes em outubro, diante da forte demanda da China. As vendas externas deverão deixar os estoques finais em 2018 entre os menores da história.

Questionado se uma colheita antecipada poderia favorecer maiores volumes exportados no início de 2019, o analista afirmou que isso dependerá do volume de soja que vai sobrar em 2018. “A grande pergunta é: quanto teremos de estoques de passagem, com essas exportações batendo recordes.”

De qualquer forma, o volume colhido em dezembro não será muito expressivo, na comparação com a safra total. “Começa a ter mais volume em janeiro, intensificando-se a colheita em fevereiro”, ponderou.

Ele disse que não somente o clima tem favorecido colheitas cada vez mais antecipadas, mas também o uso das chamadas sementes precoces, com ciclo mais curto. “Isso para dar tempo de fazer o plantio da segunda safra, de algodão e milho. E tivemos também um clima muito favorável no início desta safra...”, disse ele.

O analista citou bom clima também em Goiás e Mato Grosso do Sul, que também estão com trabalhos acelerados. O Paraná, que teve um início de plantio bastante acelerado por chuvas em setembro, acabou prejudicado pelas precipitações em excesso em outubro. Ainda assim, o ritmo está mais forte do que na média histórica.

O Estado, segundo produtor brasileiro da oleaginosa, já plantou 69 por cento da área, contra 74 por cento há um ano e 66 por cento na média de cinco anos. “Embora não haja perda de potencial produtivo, o desenvolvimento inicial das lavouras está mais lento do que o esperado em algumas áreas do oeste paranaense devido aos poucos dias de sol registrados em outubro”, disse a AgRural em relatório. Dessa forma, a safra brasileira, de maneira geral, está tendo um “excelente início”, concluiu Gomes. A AgRural estima a safra do país em um recorde de 120,3 milhões de toneladas, ante 119,3 milhões em 2017/18.

Milho

Com relação ao plantio de milho primeira safra do centro-sul, a consultoria estimou que 65 por cento da área estava plantada até quinta-feira, avanço de 13 pontos percentuais em uma semana, além de superar os 49 por cento do ano passado e os 57 por cento da média de cinco anos.

A produção, baseada por enquanto em linha de tendência de produtividade, é calculada em 22 milhões de toneladas, ante 20,3 milhões em 2017/18.
 
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