A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu arquivar o "Caso Ernandes". Em documento assinado pelo subprocurador Gustavo Silveira, o orgão descarta a hipótese de situação irregular do lateral-esquerdo do Goiás durante a Série B e não aceita a Notícia de Infração Disciplinar apresentada pela Ponte Preta. O mesmo vale para a denúncia oferecida pelo Sport.
Na ocasião, a Ponte alegou que Ernandes atuou com a idade adulterada - "gato", na gíria do futebol - em 31 partidas da Série B e que o Goiás deveria perder os pontos referentes a esses jogos. Isso faria com que o Esmeraldino não só deixasse de conquistar o acesso à Série A, como fosse rebaixado. A Macaca, que terminou a competição na quinta posição, ficaria com a vaga na elite nacional.
No entanto, o entendimento da Procuradoria é que "não houve violação à condição de jogo do atleta". Mesmo comprovada a adulteração dos documentos de Ernandes, tal fraude não tem influência na disputa da Série B, tampouco o Goiás pode ser penalizado: "Mera divergência na certidão de nascimento (idade), só seria fundamental em competições de categoria de base, que, por óbvio geraria vantagem indevida ao clube".
Desde o início, o Goiás afirmou não temer ser punido. De acordo com o clube, a documentação apresentada pelo jogador é a mesma que ele utilizou ao longo da carreira em todos os times pelos quais passou e a mesma com a qual está oficialmente registrado na CBF.
- Se o atleta possui outra documentação, o fato não é de responsabilidade do clube que o contratou e sim de quem efetuou o registro do jogador como profissional de futebol.
Entenda o caso
Ernandes é suspeito de adulterar a idade em dois anos. Ao invés de 11 de novembro de 1987, como consta no Boletim Informativo Diário (BID) e em todos os documentos apresentados ao Goiás, a verdadeira data de nascimento do atleta mato-grossense seria 11 de novembro de 1985, como confirma o Cartório do 2º Ofício de São Felix do Araguaia-MT, local em que ele foi registrado na certidão original.
O contrato de Ernandes com o Goiás terminou no dia 6 de dezembro. Antes do imbróglio, o nome do lateral estava em uma lista de possíveis renovações para 2019. Porém, diante da irregularidade na documentação, a diretoria optou por não prorrogar o vínculo. O Esmeraldino não tem certeza de que o atleta escapará de punição.