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Senador pede revogação da decisão que concede terras Suiá-Missu aos índios Xavante

Só Notícias/Marco Stamm

19/01/2019 - 09:44 | Atualizada em 19/01/2019 - 09:48

O senador e deputado federal eleito, José Medeiros (Podemos), saiu em defesa dos posseiros e produtores rurais que foram retirados da Gleba Suiá-Missu, nos municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia, em 2012. Ele confirmou que se reuniu com representantes da Secretaria de Assuntos Fundiários do Governo Federal e formalizou o pedido para revisão da desintrusão (medida legal para concretizar a posse de terra a um povo indígena) e disse que a pretensão do atual governo é fazer uma nova análise do caso.

Medeiros classificou a concessão das terras aos índios da etnia Xavante como “uma das maiores injustiças de Mato Grosso”, lembrou que os desalojados não foram indenizados e citou mais de 20 suicídios cometidos em razão da disputa pelas propriedades.

“Foi feito, oficialmente, um pedido ao governo federal e deu-se início aos procedimentos para que seja revista aquela desintrusão da reserva Suiá-Missu. Nós não queremos tirar terras dos indígenas, [queremos] que [os índios] sejam alocados em outro local, mas que os que ali já estavam, que compraram as suas terras possam ter segurança jurídica”, declarou nas redes sociais.

O parlamentar defendeu os posseiros dizendo que eles têm registro das terras. “O Brasil precisa ter segurança jurídica. As pessoas tinham as escrituras registradas em cartório e registro é propriedade. O Brasil não pode confirmar atos que atentaram contra a segurança jurídica, o Brasil precisa convalidar o direito a propriedade”, completou.

As disputas pelas terras na reserva Suiá-Missu se estendem desde a década de 1970, quando a gleba era uma fazenda da companhia de petróleo Agip. Em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a reserva indígena foi homologada e em 2005, no governo de Lula, os índios Xavante ocuparam o lugar. Somente em 2012 a desintrusão foi executada, os posseiros foram retirados e os imóveis foram demolidos. Em 2014 houve uma tentativa de reaver a posse dos imóveis, mas a Polícia Federal agiu e destruiu os últimos prédios.
 
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