O crescimento e os investimentos no setor do agronegócio em Mato Grosso, ao longo das últimas décadas, alçaram o Estado ao status de maior produtor agrícola e pecuário do país. Mas a capacidade ociosa, sobretudo na criação de bovinos, ainda é enorme, alertam especialistas, devido à ainda relativamente baixa empregabilidade de tecnologia no segmento. O pioneiro Arno Schneider é uma das vozes do campo a defender que a produção de gado ainda tem muito a crescer para competir com o mercado dos grãos. Há mais de 40 anos na atividade, o produtor atesta que a reforma e correção do solo das pastagens com o uso regular de calcário estão entre os caminhos seguros para a evolução da pecuária.
Após migrar do Sul do país em 1977, Schneider e seu irmão tornaram-se pioneiros em produção de soja. Adaptados ao tipo de solo do Cerrado, o produtor conta que suas conquistas só foram permitidas a partir do emprego da técnica de adubação e calagem do solo. “Só desenvolvemos as nossas terras mediante o uso de insumos, fertilizantes e basicamente do calcário para corrigir a acidez. Sem isso, não seríamos capazes de colher sequer a semente plantada”, destaca o pecuarista, que se dedica à criação no Vale do Rio Cuiabá.
O produtor observa que a técnica de manejo do solo, ainda que comum em culturas como a soja desde a década de 70, já no século 21 ainda não se popularizou na pecuária. Mais uma evidência de que a sustentabilidade ambiental e financeira da atividade passa pela incorporação de adubo e calcário às pastagens, com planejamento e doses adequadamente prescritas por profissionais.
“Enquanto a agricultura corre, o setor da pecuária ainda dá pequenos passos quando nos referimos ao trato, cuidado e investimento no solo. Mas isso vai mudar! A manutenção e o equilíbrio da pecuária só serão possíveis mediante investimentos no solo, principalmente, o rotineiro uso do calcário”, observa Arno Schneider.