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Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Seis entidades do transporte alegam que troca de VLT para BRT é injustificável

Seis entidades do transporte alegam que troca de VLT para BRT é injustificável

Foto: Reprodução:

Seis entidades que representam a indústria e os serviços de mobilidade, transporte urbano de passageiros e engenharia no Brasil consideram que o Governo de Mato Grosso agiu de forma simplista e equivocada ao mudar o modal de transporte em Cuiabá e Várzea Grande de VTL para BRT sem estudos técnicos suficientes. Segundo Carta Manifesto divulgada nesta quinta (21), a decisão é injustificável do ponto de vista técnico.

Ocorre que a Assembleia já autorizou o Executivo a promover a mudança do VLT para BRT. Enquanto a Prefeitura de Várzea Grande aceita a iniciativa do Governo do Estado, o prefeito da Capital Emanuel Pinheiro (MDB) alega que a população cuiabana não foi consultada e ingressou com ações judiciais para barrar a processo e já sofreu diversas derrotas.“Comparando a visão do Governo que orientou essa mudança com a visão técnica do setor metroferroviário, baseada nos fatos e sustentada por estudos e projetos, conclui-se justamente pelo oposto, qual seja, que não há elementos técnicos suficientes que justifiquem a alteração do modal e que, no melhor interesse público e benefício da sociedade, no menor prazo possível, as obras do VLT deveriam ser concluídas”, diz trecho do documento.

Segundo as entidades, o manifesto pretende trazer à luz aspectos técnicos não abordados  e provocar um debate  democrático, com audiências públicas  sobre o melhor modal para a população.   No entanto, apresentam uma série de argumentos para defender a implantação do VLT na Região Metropolitana.

Entre os argumentos para defender  o VLT, que a obra terá melhor interesse público e menor custo porque  licenças Ambientais, autorizações, projetos básicos e executivos e demais documentos necessários  já existem e que pode ser viabilizada   com investimentos majoritariamente privados (PPP). Além disso, apontam  menor tempo para publicação de edital de licitação.

Conforme as entidades, o primeiro trecho já está praticamente pronto, bastando dar andamento. Isso porque  o Projeto Executivo existe e está parcialmente implantado.  Já o   material rodante (vagões) já foi adquirido, entregue e está pronto para entrar em operação.  

Outra vantagem elencada é a maior velocidade operacional pois dispõe de menor tempo de carregamento nas estações (portas mais largas), via dedicada (sem interferências), sistemas operacionais que automatizam e otimizam sua operação, como por exemplo o sistema de priorização semafórica.

Custo operacional

Outro argumento defendido é o menor custo operacional, pelo menor número de condutores, pois carrega mais passageiros por unidade. As entidades também sustentam que as  Cabines nas extremidades do VLT facilitam a inversão de sentido nos pontos terminais, enquanto os BRTs necessitam de grandes áreas para manobras, o que implica em mais desapropriações.

   “Os sistemas VLT são conhecidos como indutores de transformações urbanísticas, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento socioeconômico, como ocorreu, por exemplo, no Brasil: Rio de Janeiro e Santos, ou em praticamente todas as 200 cidades em que foi mundialmente implementado, a exemplo de: Bilbao, Zaragoza, Sevilha e tantas outras”, completa o documento.   

Afirmam ainda que  projeto do VLT Cuiabá-Várzea Grande está muito avançado enquanto o do BRT está em fase ainda preliminar, sem estudos definitivos, projetos básicos, executivos, licenças ambientais. Para as entidades, a situação   torna impossível avaliar a alternativa BRT corretamente e, menos ainda, compará-la com o VLT.

“Vale lembrar que as entidades abaixo assinadas desde outubro passado solicitaram, por inúmeras vezes, uma audiência com o excelentíssimo governador para abordar todos estes aspectos técnicos e tentar dissuadi-lo em tomar medidas neste sentido. Em respeito à engenharia, aos estudos nacionais e internacionais, aos projetos de sucesso já implantados, aos procedimentos administrativos e legais, às portarias interministeriais que norteiam o setor, aos recursos públicos já investidos, aos contratos de financiamento público em curso, propomos um amplo debate público para que a verdade venha à tona e com ela fique definitivamente claro que a decisão correta para o caso em tela é terminar a obra do projeto VLT Cuiabá-Várzea Grande”, conclui a Carta Manifesto.
 
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