Um outdoor contendo uma mensagem contra o governo de Jair Bolsonaro (Sem partido) foi derrubado no município de Mirassol D'Oeste (297 km de Cuiabá). A imagem da estrutura derrubada foi publicada pelo deputado Estadual, Lúdio Cabral (PT), que apontou o fato como uma manifestação de censura. Na tarde de quarta-feira (21), a Prefeitura do Município chegou a publicar nota repudiando a instalação do outdoor.
Na mensagem, os manifestantes atribuíam as mais de 500 mil mortes causadas pela Covid-19 à gestão do atual presidente. “Hoje seu voto tirou o amor de mais de 500 mil pessoas. Nas próximas eleições, tenha consciência do seu voto. Mirassol D’Oeste não apoia o governo Bolsonaro”, diz o outdoor.
As imagens da estrutura derrubada causaram revolta em alguns internautas críticos ao presidente, que também afirmaram que a ação se trata de uma censura. “A censura tem dois pesos e duas medidas no Brasil”, escreveu uma internauta na publicação de Lúdio.
Antes da derrubada do outdoor, a Prefeitura de Mirassol D'Oeste chegou a publicar uma nota repudiando a mensagem descrita na estrutura. Para a administração municipal, os manifestantes utilizam indevidamente o nome do município. “O Prefeito de Mirassol d'Oeste, Héctor Alvares Bezerra, comunica a toda a população que não autorizou a instalação de outdoor contendo o nome do município de Mirassol d'Oeste com viés político, o qual repudia”, diz em trecho da nota.
Na mensagem publicada também em uma rede social, a Prefeitura afirma que irá tomar medidas legais para barrar a utilização do nome do município em manifestações que apresentem teor político. “As medidas legais serão tomadas para salvaguardar o direito do município de Mirassol d'Oeste pelo uso indevido de seu nome em manifestação política”, finalizou.
Em maio deste ano, 10 placas contratadas por sindicatos e entidades da educação foram removidas antes mesmo de serem todas fixadas no município de Sinop (480 km de Cuiabá), após ameaças de empresários da região. Durante o período de instalação dos primeiros outdoors, a vereadora do município, Graciele Marques (PT), chegou a ser hostilizada pelos apoiadores do presidente, que apontaram a parlamentar como financiadora do movimento.
Os ataques começaram na primeira semana do mês seguinte, quando Graciele começou a receber em suas redes sociais e em aplicativos de mensagens recados como: “não vai se criar em Sinop”, “PTista só matando”, “tem que descer a lenha nessa petista”. De acordo com a parlamentar, as ofensivas também partiram de pessoas ligadas ao agronegócio. A vereadora também sofreu ameaças de morte por parte de apoiadores e precisou tomar medidas judiciais para resguardar sua segurança.