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Setor produtivo é contra tabelamento do frete em Mato Grosso; Balizador de custos vigora desde o dia 2

A tabela de frete visa apenas cobrir apenas os custos operacionais do transporte.

Agência da Notícia com Agro Olhar

19/01/2015 - 13:35

 O balizamento de custos de frete em Mato Grosso, para escoamento da produção agrícola, mais precisamente soja e milho, em vigor desde 2 de janeiro, é desaprovado pelo setor produtivo do Estado. Para os produtores o tabelamento proposto pelo setor do transporte é um gerador de "desequilíbrio no princípio básico da economia". A tabela de frete visa apenas cobrir apenas os custos operacionais do transporte.

O balizador de custos de fretes do agronegócio foi aprovado no dia 25 de novembro de 2014 e entrou em vigor no dia 2 de janeiro de 2015. O tabelamento foi aprovado pela Associação dos Transportadores de cargas de Mato Grosso (ATC), Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindmat) e Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos (Sindicam).

A tabela apresenta valores mínimos de frete ao motorista, não incluindo o pedágio. Tais valores apresentados no balizador visam cobrir os custos operacionais de cada região de origem para seus destinos. Segundo o setor do transporte, o balizador pode sofrer reajuste de 40% (do índice do reajuste) em caso de aumento do valor do preço do óleo diesel. O setor ainda aprovou, em assembleia no dia 25 de novembro de 2014, pagamento mínimo de R$ 0,80 à hora/tonelada de estadia dos veículos em espera para carregamento ou descarregamento.

Conforme a tabela do balizador de custos de frete para 2015, a tarifa mínima de Sorriso para o Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR), trecho de 655 Km, será de R$ 95. Já de Sorriso para o Terminal de Alto Araguaia R$ 120. O mesmo valor de tarifa é de Sorriso para o Terminal de Itiquira.

De Sorriso para Santos (SP), um trecho de 2.030km, a tarifa é de R$ 230. Já até Paranaguá (PR), trecho de 2.230Km, R$ 260. Até Miritituba (PA) R$ 195 para trecho de 1080Km e Santarém (PA) R$ 265 trecho de 1.430Km.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) o custo com frete para a soja é equivalente a 26,90% do valor do grão. No caso do milho o percentual sobe para 91,60%.

"O setor vê com preocupação esta medida, uma vez que os preços indicados como balizadores estão acima dos preços praticados hoje. Inclusive é de se observar que o Imea identificou uma diminuição drástica da negociação dos fretes diante destas medidas, o que indica um endurecimento por parte do setor de transportes quanto ao valor dos fretes. Entendemos que os setores são interdependentes e que a negociação é a melhor solução para ambos e não o tabelamento de preços", comenta o gerente de Relações Institucionais da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Frederico Azevedo.

De acordo com a Aprosoja-MT, as despesas para os produtores aumentaram com isso e um estudo dos impactos provocados pelo balizador está sendo realizado pelo Imea."O frete é um importante componente do custo do produtor rural, sendo que no caso do milho, por conta do seu menor preço, o impacto é ainda maior. É de se observar que os preços indicados na tabela, inclusive, são aqueles historicamente praticados na época de safra, que são maiores do que aqueles que ocorrem nas épocas fora da safra, de forma que haverá sim um aumento significativo do frete para essas comodities", diz o gerente de Relações Institucionais da Aprosoja-MT.
 
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