No artigo anterior fizemos uma panorâmica resumida da história partidária no Brasil depois de 1946. Em Mato Grosso, particularmente, três partidos detiveram grande força até 1967, quando todos foram extintos pelo governo militar: O PSD, a UDN e o PTB. Outros menores acabavam satélites desses.
Grandes líderes políticos do estado conduziram esses partidos. Filinto Müller, e a do PDS, assim como João Ponce de Arruda duas vezes governador, José Monteiro de Figueiredo, Júlio Domingos de Campos, Gastão Müller,, Oscar Ribeiro, entre tantos. A UDN tinha líderes como João Villasboas, Fernando Correa da Costa, José Fragelli, José Garcia Neto, Aecim Tocantins, Nhonhô do Tamarineiro, Enio Vieira, entre tantos. O PTB tinha sua maior liderança no Sul do estado, o médico Wilson Fadul.
Em Mato Grosso no regime militar a ARENA, o partido de apoio ao governo militar tinha duas vertentes chamadas de sublegendas: a ARENA-1 formada por ex-pessedistas e a ARENA-2, por ex-udenistas. A relação não era pacífica. As heranças anteriores separavam o óleo da água.
Ao longo do tempo até hoje, o troca-troca de partido dos grandes líderes políticos da história no período é intensa. Exemplo: José Garcia Neto e ex-udenistas migraram da ARENA para o Partido Progressista, de Tancredo Neves, e para o PMDB em seguida. Já o governador Júlio Campós, ex-pessedista saiu da ARENA para o PDS, depois para o PFL e por fim para o Democratas. Na esteira, muitos filiados o seguiram.
Carlos Bezerra, ex-deputado estadual, federal, senador, governador e de novo deputado federal, manteve-se fiel ao MBD e ao PMDB até os dias de hoje. Dante de Oliveira, deixou o PMDB e filiou-se ao PDT, de onde saiu para o PSDB. Junto cada um desses líderes levava consigo grande massa de filiados.
Na atualidade, o deputado estadual de cinco mandatos, José Riva veio do PFL para o PSDB, depois o Partido Progressista e por fim, fundador no estado do PSD. O ex-governador Blairo Maggi elegeu-se governador em 2002 pelo PPS, mudou-se para o Partido da República e daí namora o PMDB para filiação próxima. Junto, leva muitos filiados.
Porém, o fato é que à exceção de Carlos Bezerra, todos os demais líderes políticos de Mato Grosso navegaram em águas contraditórias de partidos completamente divergentes. Na verdade, retratam a pobreza dos partidos que morrem aos poucos como segmentos sociais e viram cartórios políticos.
Onofre Ribeiro é jornalista e Mato Grosso. E-mail:onofreribeiro@terra.com.br www.onofreribeiro.com.br