O menor infrator é negro, do sexo masculino, tem de 16 a 18 anos, não frequenta escola e vive na miséria. Esse é o perfil traçado pelo Ipea. Mais: 95% são do sexo masculino; 66% vivem em famílias extremamente pobres; 60% são negros; 60% têm de 16 a 18 anos; 51% não frequentavam escola na época do delito.
As principais infrações cometidas pelos menores são roubo e tráfico de drogas. Menos de 10% cometem homicídios ou latrocínio, que é o roubo seguido de morte: 40% deles respondem por roubo; 23,5% por tráfico de drogas; 8,75% por homicídio; 5,6% por ameaça de morte; 3% por tentativa de homicídio; 3,4% por furto; 2,3% por porte de arma de fogo; 1,9%, latrocínio; 1,1%, estupro; 0,9%, lesão corporal; 0,1%, seqüestro.
Na semana que passou um crime latrocínio em Sinop, revelou cinco assassinos. Há alguns meses outro crime matou o jovem Eric, filho do jornalista Leonildo Severo. Dois entre centenas na região norte e na área da capital. Em Rondonópolis, em Primavera do Leste, em Campo Verde, em Cáceres o cenário não é muito diferente. A realidade se enquadra dentro do perfil traçado pelo Ipea. A maioria dos atuais assassinos ou assaltantes estão na faixa dos 30 anos pra baixo. Até recentemente eram menores. A realidade revelam que eles cresceram no crime ou muito próximo dele, tendo-o como inspiração de sucesso na vida.
Lá no bairro, faltou escola onde mora essa minoria de jovens que se tornam infratores ainda menores ou logo após a maioridade. Aliás, o Ipea diz isso: "51% não frequentavam escola na época do delito". A escola pública distanciou-se da realidade social do país porque ela se politizou e virou célula política da esquerda com teorias malucas. Produz derrotados!. A escola pública virou escola de pobres. Pobre ninguém escuta!
Então, criticar a criminalidade depois de registrada, é chover no molhado. Certo seria a prevenção com políticas públicas planejadas pra evitar mortes, ferimentos, desemprego, contravenção, prisão, cadeia, presídio. É muito mais barato. Uma pessoa internada custa muito caro e um monte delas custa caríssimo. Cadeias custam caro, polícia custa caro, presídios custam caro. A educação custa muito barato.
Porém, os setores de política social públicas empenham-se em quermesses, desfiles de moda e outros desvios que geram mídia por dirigentes, e deixam de planejar políticas sociais. O problema da criminalidade não está nas ruas. Está nos gabinetes públicos que não planejam a construção de cidadania digna em áreas pobres.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso. E-mail:onofreribeiro@terra.com.br www.onofreribeiro.com.br
Onofre Ribeiro