Mato Grosso

Sexta-feira, 29 de março de 2024
informe o texto

Notícias Educação

Sindicato quer processar na Justiça comum quem ofender juízes do Brasileiro

 Após uma enxurrada de críticas às arbitragens do Campeonato Brasileiro, a associação que reúne os principais juízes do país ameaça entrar na Justiça comum contra dirigentes, jogadores e jornalistas que questionarem a honestidade dos apitadores.

A Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol) não está satisfeita com as punições que críticos vêm recebendo na esfera desportiva. "O problema é a impunidade", disse Marco Antonio Martins, presidente da associação, ele mesmo um ex-bandeirinha. "O cara chama o árbitro de ladrão, de safado e pega só um jogo [de gancho]. Se a punição for mais severa as coisas mudam."

A associação pretende apelar ao Ministério Público Federal contra aqueles que, a seu ver, ofendem e pressionam os juízes antes e depois dos jogos. Marco Antonio cita o artigo 30 do Estatuto do Torcedor, segundo o qual "é direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja [...] isenta de pressões."

"A gente não tem problema com critica técnica, quando dizem que o árbitro é ruim, até porque o erro é normal, nunca vamos ter uma arbitragem isenta de erro", afirma o ex-bandeirinha. "Mas quando parte pro pessoal, quando diz que o juiz é safado, é ladrão, isso a gente não aceita. Tem dirigente que faz isso para condicionar a arbitragem e pressionar, tirando o foco de si mesmo e de seus erros para os erros do juiz."

Na semana passada, a Anaf denunciou à Justiça Desportiva oito jogadores e dirigentes que criticaram juízes envolvidos em erros de arbitragem em jogos do Nacional. Dois atletas, o meia Diego Souza e o volante Rithelly, do Sport, foram julgados na última quinta-feira.

Rithelly pegou um jogo de gancho por ter chamado Ricardo Marques Ribeiro de "bosta de árbitro" e dito que ele "roubou bonito". Diego Souza foi apenas advertido por insinuar que a arbitragem favorece Palmeiras e Flamengo, líder e vice-líder no Brasileiro.

No jogo em questão, o Sport questionou um pênalti não marcado a seu favor depois que um palmeirense tocou a mão na bola dentro da área. Os paulistas venceriam a partida por 2 a 1.

Pente fino em críticas e ofensas aos árbitros

Para o sindicato, que representa cerca dos 600 principais apitadores do país, essas punições são brandas demais. A cada rodada do Brasileiro, um grupo de cinco pessoas acompanha as transmissões de TV em busca de possíveis ofensas veiculadas antes, durante e depois dos jogos. Até jornalistas e comentaristas são monitorados.

A Anaf também monitora portais de notícias na internet e aciona seu departamento jurídico em caso de ofensas. "Não queremos ser uma entidade inquisidora, mas estamos atentos a matérias ofensivas à índole ou à moral do árbitro", disse Marco Antonio.

As últimas rodadas do Brasileiro foram palco de uma série de duras críticas contra árbitros, que em alguns casos cometeram erros graves e que interferiram no resultado final. Fluminense e Figueirense foram dois clubes que chegaram a pedir anulação de jogos por causa da atuação dos juízes.

O presidente do time catarinense, Wilfredo Brillinger, chegou a dizer que estava "cansado de ser roubado." Julgado na última quinta, o cartola foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
 
Sitevip Internet
Fale conosco via WhatsApp