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Terça-feira, 16 de abril de 2024
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Riva fala de ''calcinhas'', caso Cooperlucas e impugnação

Candidato citou o adversário Pedro Taques e se disse confiante em reverter decisão do TRE

 Em reunião com o Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), nesta segunda-feira (11), em Cuiabá, o candidato ao Governo do Estado José Riva (PSD) fez uma espécie de desabafo.

Ele falou sobre os processos a que responde na Justiça, do caso que ficou conhecido como "escândalo das calcinhas", do caso Cooperlucas e da impugnação de sua candidatura pelo TRE-MT.

“Gosto de ser muito transparente. Uma das coisas que me fez ser candidato foi a possibilidade do debate aberto, de poder falar sobre essas coisas. Muita gente acha que eu corro disso. Nunca corri. Podem falar o que quiser, mas eu nunca roubei, nunca desviei e vou mostrar isso”, afirmou.
"Ele (Taques) virou pra mim e disse que era uma brincadeira. Só que uma brincadeira que foi para o Jornal Nacional, Fantástico, Casseta & Planeta"
O parlamentar falou da situação financeira da Assembleia Legislativa, quando foi eleito deputado e primeiro-secretário do Poder, em 1994.

“Quando entrei, a Assembleia tinha orçamento de R$ 30 milhões, mas devia R$ 60 milhões. Ninguém nunca se preocupou em perguntar, e isso realmente me chateia muito, qual a origem desses processos”, disse.

“Eu lembro bem que tinham cinco folhas de pagamento atrasadas e eram 15 anos de contas de energia sem pagar; 90% das contas estavam na factoring do seu Arcanjo [João Arcanjo Ribeiro, ex-bicheiro]. A Assembleia não pagava imposto e nem passagens, mandava pegar tudo lá. Outro detalhe: as empresas que forneciam pra Assembleia, e não é da minha época, eram constituídas ou por pessoas mortas ou por laranjas”, disse.

Riva também lembrou do episódio que ficou conhecido nacionalmente como "escândalo das calcinhas”, em que a Assembleia foi acusada de desviar dinheiro por meio de uma empresa de fachada, em 2002, que fabricava calcinhas.

A ação foi investigada pelo então procurador Pedro Taques, hoje adversário de Riva na disputa eleitoral.

“Essa empresa era de locação de aeronaves. O dono vendeu a empresa a uma mulher, que resolveu mudar o ramo social, e virou uma fábrica de roupas íntimas. O que aconteceu é que o doutor Pedro Taques notou isso e afirmou que a Assembleia estava comprando calcinhas. Ele não teve nenhum cuidado de olhar que essa empresa atendeu a Assembleia em 2000 - e a alteração do ramo ocorreu em 2002. Fui em todas as mídias e nunca conseguimos desmentir isso”, disse.

Segundo Riva, ele chegou a falar pessoalmente com Taques sobre a ação.

“Ele virou pra mim e disse que era uma brincadeira. Só que uma brincadeira que foi para o Jornal Nacional, Fantástico, Casseta & Planeta e ficou na mídia uma semana. Isso dói na alma, porque isso é uma grande maldade”.


Riva discursa durante reunião nesta segunda-feira
Cooperlucas

Riva também acusou Taques de proteger seu aliado, e atual coordenador de sua campanha, Otaviano Pivetta (PDT).

“Criou-se uma imagem do Riva corrupto. Vocês não sabem o quanto isso atinge a minha família, não sabem o quanto meus filhos já sofreram. Vocês não sabem o quanto é duro ser preso por algo que foi induzido ao erro”, disse, com voz embargada.
"Ninguém nunca saiu por aí questionando porque o doutor Pedro Taques pegou um processo de um rombo de mais de R$ 230 milhões de uma cooperativa e guardou em uma gaveta, deixou prescrever. Isso não é corrupção"
“Agora, ninguém nunca saiu por aí questionando porque o doutor Pedro Taques pegou um processo de um rombo de mais de R$ 230 milhões de uma cooperativa e guardou em uma gaveta, deixou prescrever. Isso não é corrupção?”, questionou.

A cooperativa a qual Riva se referiu é a Cooperlucas e a denúncia foi feita em 2002. Um dos acusados, na época, foi Pivetta, mas as acusações contra si foram prescritas pela Justiça Federal.

O esquema consistia em fraude e extravio na armazenagem de grãos da cooperativa, em Lucas do Rio Verde, que era fiel depositário da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os envolvidos teriam realizado operações de financiamento agrícolas pelo Branco do Brasil e os grãos, que deveriam ser entregues à União, para amortização da dívida contraída junto ao banco, teriam sido desviados.

Impugnação

José Riva também comentou a impugnação de sua candidatura pelo Tribunal Regional Eleitoral na última quinta-feira (7).

“Eu respeito o Judiciário, acredito no Judiciário e acredito que pra julgar diferente daquilo da nossa tese vai ser preciso rasgar todas as decisões que tivera até agora em todo país. O julgamento daqui foi contrário a exatamente tudo que está acontecendo. Se Deus quiser, nós vamos sair vitoriosos”.

O Tribunal analisou dois pedidos de impugnação contra Riva, que foram protocolados pelo Ministério Público Eleitoral e pela coligação "Coragem e Atitude pra Mudar", do senador Pedro Taques (PDT), candidato ao Palácio Paiaguás.

Riva entrou com recurso e aguarda julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
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