Mato Grosso

Terça-feira, 19 de março de 2024
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Delegado: “Nenhum deles era médico; colocaram vidas em risco”

Polícia Civil diz que grupo preso não tinha autorização para aplicar testes de imunidade de Covid-19

O delegado de Barra do Garças, Adriano Marcos Alencar, afirmou que os pesquisadores enviados pelo Ibope para um estudo sobre o coronavírus na cidade não eram profissionais da saúde e não tinham capacitação para aplicar corretamente os testes de Covid-19.
 
“O pessoal que vai fazer qualquer manuseio desses instrumentos de coleta, exame, tem que ser profissional da saúde. Nenhum desses pesquisadores que o Ibope contratou é profissional na saúde”, afirmou.
 
A Polícia Civil prendeu 15 pessoas que estavam aplicando testes de imunidade no Município na semana passada. Eles foram contratados para coletar dados para a maior pesquisa sobre Covid-19 do Mundo, que é conduzida pela Universidade Federal de Pelotas com financiamento do Ministério da Saúde.
 
Segundo ele, estas pessoas não seguiam protocolos de biossegurança, colocando a vida das pessoas em risco, além das próprias. 
 
“A partir do momento em que você, diante de uma pandemia onde tem um decreto municipal com protocolo de saúde, o pessoal vai na casa e - vamos supor que identificasse alguém que está com Covid-19 - coloca em risco o próprio pesquisador.... Ele seria um vetor na cidade”, apontou o delegado.
 
O delegado ainda afirmou que não havia nenhuma autorização para que o grupo atuasse na cidade.
 
“Também não houve nenhum contato prévio. Chegaram aqui do nada e começaram colocando a população em risco. A própria população ligou para a polícia pedindo providência”.
 
Além da detenção, a Vigilância Sanitária descartou os testes aplicados e o restante do material foi apreendido pela Polícia.
 
Os pesquisadores e a empresa também serão indiciados quando o delegado concluir o inquérito.
 
“Foi lavrado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em desfavor de todos eles. Eu tenho que ouvir ainda algumas pessoas e [a investigação] está em andamento”, explicou Alencar.
 
O delegado também garantiu que irá investigar se houve mau uso do dinheiro público na contratação da empresa e dos pesquisadores. Caso isso seja comprovado, ele irá encaminhar o caso para o Ministério Público.
 
“Se eu ver mau uso do dinheiro público, vou acionar o MP para tomar providências em desfavor da empresa”.
 
Em Rondonópolis, mais duas pessoas também foram detidas. Após serem ouvidos, os pesquisadores foram liberados, mas os materiais de coleta acabaram apreendidos.
 
Prejuízo para a pesquisa
 
A CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari Nunes, em entrevista ao site Zero Hora, afirmou que as prisões foram fruto de desinformação. Ela disse que as fake news contribuíram para a detenção dos pesquisadores.
 
“Começou a circular que não existia uma pesquisa no município, que não abrissem as portas para os pesquisadores, que isso era um golpe, era um assalto. Isso fez com que as pessoas ficassem com medo, não abrissem a porta, e tudo isso prejudica a representatividade do estudo, porque já que não é possível testar todo mundo, é preciso medir isso através de um processo de amostragem”, disse Márcia.
 
A pesquisa, que é realizada em 133 cidades do Brasil, pode ser muito prejudicada por conta dessas prisões, pois causa atraso e o cenário pode mudar rapidamente, segundo a CEO.
 
“Ela não pode atrasar porque esse tipo de pesquisa você tem que ter uma fotografia daquele momento”.
 
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