Os candidatos a vereador do Partido dos Trabalhadores (PT) não poderão disputar as eleições municipais de 2020 em Cuiabá. A sigla teve o registro de candidatura negado após não cumprir a cota mínimo de gênero de 30%.
A decisão é da juíza da 39ª Zona Eleitoral, Gabriela Carina Knaul de Albuquerque e Silva, e foi publicada nesta quarta-feira (21). “Verifica-se que o partido cumpriu quase todas as exigências legais de modo que não foi atingida a cota mínima de gênero prevista na legislação razão pela qual o partido foi intimado para regularizar a situação, conforme certidão de publicação de intimação no mural eletrônico constante dos autos, deixando transcorrer sem qualquer manifestação no prazo legal”, diz trecho da publicação.
Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, o PT apresentou 20 candidaturas a vereador do sexo masculino, e 8 do sexo feminino – uma mulher a menos do que o mínimo necessário de acordo com a cota de gênero. Vale lembrar que, ao menos publicamente, o PT é um dos partidos que mais apoiam a participação feminina na política.
A legenda tinha projeção de eleger dois parlamentares no Legislativo. “No presente caso, o partido apresentou 20 candidatos e apenas 8 candidatas. Denota-se, por simples cálculo aritmético, que o percentual de candidaturas masculinas superou o máximo de 70%, e por consequência o índice de candidaturas femininas ficou aquém de 30%. Os percentuais estão lançados na informação do partido colacionada”, diz outro trecho da publicação.
O indeferimento do registro de candidatura, que ainda cabe recurso, pode significar um duro golpe no PT em Cuiabá – sobretudo em 2020, com a mudança das regras nas eleições de vereadores. O Partido dos Trabalhadores, que não elegeu nenhum parlamentar para a Câmara de Vereadores em 2016, tinha chance real de conquistar ao menos uma vaga, já que os partidos que não atingirem o chamado quociente eleitoral terão os votos recebidos computados “na sobra”.
A falta de uma “base de apoio” entre os candidatos a vereador no PT também pode “minar” a candidatura a prefeito do ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PT).
VICE BARRADA
Ainda nesta quarta-feira, a juíza Gabriela Carina indeferiu o registro de candidatura da professora da UFMT, Vera Bortoline (PT), candidata a vice-prefeita na chapa de Julier Sebastião. O motivo é que ela não estava filiada ao partido no prazo de 6 meses antes da eleição.